Haras Springfield: onde modernidade e tradição se encontram 28/06/2011 - 19h23min
Arquivo Pessoal
Cocheira de Amigoni no Haras Springfield
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Pelas suas condições climáticas, ambientais e também pela famosa “terra” dos campos locais, alguns municípios vizinhos à cidade de Curitiba, no Paraná, albergaram o desenvolvimento de importantes estabelecimentos criatórios do PSI brasileiro, ao longo do tempo. Foi neste “chão” que animais como Much Better, Sandpit e mais recentemente Glória de Campeão, tiveram a sua criação realizada, para posteriormente conquistarem belíssimos resultados, tanto a nível nacional, como também no exterior.
Uma destas localidades é o município de Tijucas do Sul, distante 40 quilômetros da capital, e que é alcançando em cerca de 30 minutos num automóvel, para quem parte de Curitiba. Hoje, mais da metade dos criadores de cavalo de corrida sediados no Paraná mantém seus estabelecimentos em Tijucas do Sul, incluindo algumas das principais “bandeiras” da criação local. Uma delas (e a primeira, por sinal, a por ali se estabelecer) é a do Haras Springfield.
Com o seu funcionamento ocorrendo na mesmo local que, a cerca de 30 anos, sediava as atividades do Haras Mossoró, o Haras Springfield, com sua nova roupagem, é estabelecimento de destaque entre os centros criatórios paranaenses. A moderníssima estrutura vista nas dependências do estabelecimento, impressionam qualquer visitante (com piquetes e suas cercas, por exemplo, dispostos sob um modelo internacional, utilizado nos principais espaços dedicados à criação do cavalo de corrida ao redor do Planeta), e representam uma garantia de boas condições para os diversos tipos de trabalho ali realizados. Ao todo, são 15 piquetes e 6 grupos de cocheiras (pavilhões para éguas, potros e garanhões, contabilizando um total de 110 boxes), distribuídos numa área de 270 hectares.
Caminho de acesso às instalações do Haras Springfield
Para girar as engrenagens e fazer valer toda a infra-estrutura do lugar, o Haras Springfield conta com 27 funcionários atualmente, ficando estes dispostos em diversas funções (10 cavalariços, 15 auxiliares de manutenção e serviços gerais e os veterinários André Luiz Boff e Celso Bertolini). E é a partir desta qualificada mão de obra, que são observadas e trabalhadas as movimentações das 33 matrizes e dos potros criados, a cada ano, pelo haras – na geração 2009, nasceram 32 produtos, enquanto na 2010 o número aumentou para 34. Estas citadas éguas fazem parte de um selecionando plantel, que conta, por exemplo, com as ganhadoras de grupo I Zimbamia, Gold Tango e Katharina Glory, além da “internacional” Rising Fever (prenhe de Amigoni), corredora invicta na areia em pistas brasileiras, e exportada nesta condição para os Estados Unidos.
Amigoni, um símbolo do haras
E claro, não há como não falar da principal estrela do haras, que reina soberano na cocheira reservada dos garanhões. Uma das principais investidas do Springfield, em termos de genética, o castanho Amigoni, importado em parceria com outros criadores no ano de 2007, representa um verdadeiro marco na história da criação brasileira. Ganhador de provas graduadas na Inglaterra, Amigoni é o primeiro filho do “sire of sires” Danehill, a servir em solo brasileiro. Logo em sua primeira geração, o neto de Be My Chief já conta com a “craque” Alta Vista, líder invicta entre as potrancas de 2008 em Cidade Jardim.
Éguas prenhes
Para o “extra-haras”, o Haras Springfield também conta com uma equipe de primeira grandeza. Desde o trabalho realizado pelo hipólogo Samir Abujamra, na hora de selecionar as matrizes e eventuais reprodutores que darão entrada no haras, passando pelo comando veterinário de treinamento do já citado Dr.Celso Bertolini, e chegando às mãos dos treinadores Althayr de Oliveira, José Severino Silva e Julio César de Moura Rosa, é notória a qualidade do staff profissional que está por trás de todos os corredores da coudelaria. Não obstante, o Grupo Soifer mantém ainda com uma base no turfe argentino, onde conta com o respaldo de José Martins Alves e Altair Domingos, respectivamente, treinador e jóquei oficiais da coudelaria por lá. Aliás, foi por um convite do próprio Haras Springfield, que Domingos partiu para a Argentina, há pouco mais de 2 anos, e desde então vem presenteando os nossos “hermanos” com toda a sua genialidade a bordo de um cavalo de corrida.
por Victor Corrêa |