Entrevista com o treinador José Luiz Aranha 27/07/2017 - 11h59min
Acervo Pessoal
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O paulista José Luiz Aranha, de 42 anos, vencedor de quatro estatísticas consecutivas, nos anos de 2013, 2014, 2015e 2016, já está na Argentina onde treinará os cavalos do Haras Phillipson. O excelente profissional concedeu uma entrevista exclusiva ao site Raia Leve.
1. Quando começou a sua paixão pelo turfe?
Através do meu pai, proprietário e criador Luiz Marcio Domingues Aranha, ele amava o turfe! Meu pai faleceu ano passado e me deixou no sangue esse amor pelos cavalos de corrida, que só quem ama esses bichos consegue entender.
2. Quando começou o trabalho com os cavalos PSI?
Foi na década de 90, quando fui procurador do Haras Phillipson, na época em que o Quari Bravo surgiu e eu cursava veterinária na USP.
3. Após cursar a faculdade de veterinária, qual foi o caminho que decidiu seguir?
Me formei próximo ao ano de 2000 e estava numa dúvida tremenda entre trabalhar como veterinário fora do Jockey ou seguir no turfe como treinador de cavalos de corrida.
4. Como podemos ver, você optou por treinar cavalos de corrida. Poderia nos contar onde tudo começou?
Fui para Chácara do Ferreira. Recebi os primeiros animais do Sr.Tum, do Haras Brasil. Eram potros para domar, que depois eu mandava para São Paulo. Dentro dessa leva, eu treinei uma égua chamada Princess Brasil e com ela eu obtive a minha primeira vitória. Ainda não estava no meu nome, ela chegou a ganhar seis corridas e se colocar em provas encorpadas.
5. Quando você realmente tirou a sua matrícula de treinador?
Foi em 2002. Nas minhas primeiras cinco inscrições, obtive três vitórias. A primeira vitória em meu nome foi com Hermosa Guapa de minha propriedade.
6. Como foi a sua transição de treinar potros para doma e ingressar no treinamento dos animais em carreira?
Foi com poucos cavalos, praticamente todos de minha propriedade no início. O primeiro grande stud para o qual comecei a treinar foi o "Birigui", do Sr.Helio Biscaro. Ganhamos muitas corridas! Foi praticamente um ano, trabalhando duro e tentando buscar meu espaço.
7. Qual foi o haras ou stud, que você considera que tenha sido um "trampolin" para sua carreira?
Depois desse início, veio o Haras Figueira do Lago e tivemos um ótimo resultado. Nas vitórias em provas clássicas, me lembro de Sable D’or, Quero Poule, Tomorrow Morning, Southampton; foram cavalos que marcaram a minha passagem pelo Figueira do Lago .
8. Como foi conciliar o turfe e o canal de esportes ESPN?
Depois que comecei a trabalhar na ESPN, chegando até a comentar futebol, fiquei muito desiludido com o Jockey Club de São Paulo! Era sempre muita intriga, perseguição, briga com comissários... Eles me deram uma suspensão de quatro meses por eu ter escrito um artigo e isso me deixou muito triste, chegando até a pensar em parar com tudo.
9. Nesse período, fortes boatos em Cidade Jardim, confirmavam que você iria trabalhar direto na ESPN?
Fiz curso de rádio e televisão, e já estava partindo realmente para esse lado, quando o Haras San Francesco me fez uma proposta e eu resolvi voltar.
10. O trabalho com o Haras San Francesco lhe abriu portas para trabalhar com outros proprietários?
Sim, com outros grandes proprietários! Com Sr. José Basano (Haras Basano), tive o prazer de treinar Bela Bisca, Beverly Hills, Last Kiss, Engenho Bom Nome, Mia Roma, San Francesco, Champion Star (corre até hoje na Argentina), Kigrandi, Holly Byblos, Gibratar Point. O Neverending Stud está comigo até hoje (desde 2003) e atualmente tivemos La Vien Rose. Não posso deixar de destacar tambem o Haras Old Friends, vencemos com Tche Barbaridade, Terzetto e atualmente Vecchia Signora. Foram grandes lições e aprendizados! Sou grato a todos eles que me deram a confiança de poder trabalhar com seus animais.
11. Cite alguns proprietários que você gostaria de agradecer, além dos já citados acima:
O Neverending Stud através de seu titular, Marco Antonio Davi, agregou outros dois importantes proprietários: Joe da Coudelaria Fakidou (dono dos cavalos Open Mind e Tupã Ceretã) e Régis Bueno, dono da Valient Name. Além destes, o Stud Versiani e Roberto Fonseca (dono da Jump Lady, corredora clássica hoje exportada para o Uruguai).
O site Raia Leve deseja ao treinador José Luiz Aranha e ao Haras Phillipson muito sucesso! Estaremos torcendo pelo êxito dessa nova parceria nos hipódromos da Argentina.
por Leandro Mancuso |