Entrevista com Wilson Rodrigues, especialista em odontologia dos cavalos PSI 21/07/2017 - 11h00min
Maria Teresa Morgado
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Como costumamos dizer “a saúde começa pela boca” e isso vale também para os animais. A odontologia é muito importante para a qualidade de vida e desempenho dos cavalos. E apesar de em muitos casos não ser levado tão a sério pelos treinadores e proprietários, o cuidado com os dentes é importantíssimo.
Dentes inflamados podem causar queda no desempenho do cavalo, perda de peso e problemas no aparelho digestivo. Existem muitos sinais importantes que indicam que o animal precisa ser submetido a um exame odontológico completo, são eles: devolução das comidas mastigadas, dificuldade de engolir, porções sólidas e grandes nas fezes, movimentos com a cabeça durante a mastigação, dificuldade respiratória e perda de peso. Então é necessário que o animal seja submetido a exames de rotina, com um profissional capacitado.
Hoje nós entrevistamos Wilson Rodrigues, que trabalha há 16 anos com o cuidado dos dentes dos cavalos PSI, para que ele possa nos esclarecer algumas dúvidas.
1. Nome, idade e naturalidade?
Wilson Rodrigues, 60 anos, paulista de Araçatuba.
2. Há quanto tempo você atua na área da odontologia equina?
Eu comecei em 1980 em São Paulo, onde era funcionário da veterinária do Jockey Club de Campinas. Mas me especializei e comecei o trabalho na odontologia dos animais em 2001.
3. Onde você começou e quem mais te incentivou?
Comecei trabalhando no Vale do Itajara, na época em que o R.Morgado Jr. treinava para o Stud Capitão. Meus primeiros e maiores incentivadores, que acreditaram realmente no propósito do meu trabalho, foram os treinadores V.Nahid e o próprio Bebeto.
4. Em que consiste o seu trabalho, especificamente?
O que faço normalmente nos meus atendimentos é a extração dentária e o nivelamento de molares. Não faço cirurgias, neste caso indico uma clínica ou veterinário de confiança.
5. Na sua opinião, qual é a frequência necessária para os cuidados dentários dos cavalos?
Nos hipódromos e centros de treinamento, onde encontramos animais de várias idades, começamos com os potrinhos de dois anos que estão domando. Nesses animais é preciso fazer o nivelamento para tirar as pontas que são muitas. Nos animais à partir de três anos e meio, começam a ser feitas as extrações das capas dentárias, que vão surgindo ao longo do tempo. Diria que o ideal é que esse cuidado com os dentes seja feito de três em três meses, ou seja, quatro vezes no ano.
Já quando o animal é mais velho e está alojado em um haras para descanso ou reprodução, o crescimento é mais lento, então indico um atendimento duas vezes por ano.
6. Sua profissão já te ofereceu algum risco?
Com certeza o risco é muito grande! São mordidas e coices... É necessário muito cuidado pois são frequentes. Já levei um coice na cabeça e muitos pontos para fechar o ferimento.
7. Hoje quais são e onde ficam os seus principais clientes?
Atualmente em São Paulo eu atendo no Hipódromo de Cidade Jardim, em Campinas e em alguns haras da região, como Haras Philipson e Red Rafa. Já no Rio de Janeiro eu atendo animais em Centros de Treinamento. No Vale do Itajara, todos os animais do Venâncio Nahid, vou também ao Marmelo (Esteves e Fabricio Borges), Verde e Preto (R.Solanes) e Santa Maria de Araras (R.Morgado Neto).
Mas faço atendimentos esporádicos, como o de hoje aqui no Hipódromo da Gávea, quando necessário.
No sul minhas visitas são feitas aos maiores haras do país, como Niju, Anderson, Doce Vale, Fazenda Mondesir, entre outros. E no próximo mês farei o meu primeiro atendimento em Maroñas, no Uruguai.
8. Se algum novo treinador ou proprietário quiser solicitar a sua visita, como entrar em contato com você?
Peço que me ligue no telefone (19) 99216–2586, já que na maioria do tempo eu estou viajando a trabalho.
por Maria Teresa Morgado |