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Colunista:

Floreando, por Milton Lodi
22/11/2012 - 11h18min

DA IMPORTÂNCIA DOS PESOS

Com as melhorias das condições de vida, com os estudos técnicos em todos os setores visando mais saúde e melhores condições mentais e físicas, a cada geração os seres humanos tendem a ser maiores e mais fortes, isso se refletindo nos pesos físicos.

No mundo inteiro, no que se refere ao turfe, os verdadeiros profissionais cuidam–se com médicos e professores de educação física para manterem os seus pesos dentro dos necessários padrões. É um problema de educação e necessidade. Nos turfes mais adiantados, os pesos determinados nos programas são respeitados à risca, jóquei que ultrapassa o peso fixado não monta, pois os pesos são determinados em função de um pretenso equilíbrio, levando–se em conta a idade, o sexo e a adequada enturmação. Em determinadas distâncias e condições, 1Kg representa 3 corpos.

Aqui no Brasil os pesos–limite nem sempre são respeitados, oficialmente jóqueis montam com até 2Kg a mais, e oficiosamente até mais. De um modo geral, os jóqueis aferem com os treinadores o material a ser usado em cada corrida, e o peso de programa é preparado com o peso líquido do jóquei, isto é, ele de culote, botas e camiseta, e o peso do material constituído pelo selim completo, eventuais plaquetas de chumbo, todo somado constituindo o chamado peso bruto, que tem que ser o determinando no programa. De um modo geral, os jóqueis controlam a comida nos últimos dias dos páreos, e comparecem para a pesagem quando do preparo de cada montaria. Há balanças para que os pesos sejam e fiquem controlados, balanceando o que foi ingerido e o perdido com o suor dos esforços. Mas nem sempre que correm as coisas, e é comum jóqueis chegarem após um páreo com até 3Kg a mais do que o previsto no programa.

O Jockey Club de São Paulo há muito enfrentou o problema aplicando multas severas para quem ultrapassa os limites, mas o Jockey Club Brasileiro só agora, em sua atual gestão, está cuidando com seriedade do assunto. Há jóqueis que, inteligentemente como C.Lavor, e antigamente, J.Ricardo, que correm na pista de areia da Gávea antes das pesagens iniciais, com isso melhorando o preparo físico e queimando supérfluas eventuais gorduras. Há outros que apelam para saunas, que cumprem com o objetivo, mas se enfraquecem fisicamente.

Há um outro detalhe que poderia colaborar para o respeito aos pesos tabelados. Quando os jóqueis saem da clausura para montar, alguns já ultrapassaram os pesos aferidos antes do 1º páreo, e só serão repesados após o páreo. Mas aí o fato já aconteceu. Se pelo menos aqueles jóqueis habitualmente transgressores de peso, pelo menos eles, tivessem que passar pela balança na ida para montar, certamente muitos problemas seriam evitados, com até a substituição por outros com os pesos adequados. Há que controlar esse problema com rigor.

A profissão de jóquei é para gente pequena. Não se poderia exagerar, lembrando–se do bom jóquei da África do Sul, que em viagem de férias, passou pelo Rio e até montou em dois páreos, a título de conhecer o turfe carioca. O tal bom jóquei, tinha 1,40m de altura. Não é necessário isso, mas o controle dos pesos dos jóqueis é muito importante, e os pesos determinados tem que ser obedecidos. O Jockey Club Brasileiro já fez alterações nas referentes tabelas, para facilitar o problema, mas o que resolve é, de um lado, um rigor das Comissões de Corridas repesando os jóqueis no percurso da clausura até a montaria, e aos jóqueis procurar profissionais habilitados que entendem de alimentação, de boas dietas, de exercícios físicos. Aqueles jóqueis que não consigam respeitar os limites, que rapidamente procurem outras profissões.

Nessa questão de pesos, há uma novidade. Quando as tabelas de pesos foram instituídas, os potros de 2 anos eram apenas iniciantes, aos 3 começavam a progredir, e atingiram a maturidade aos 4 e 5 anos de idade, e até os 6 e 7 anos corriam regularmente. Mas os tempos mudaram, a forma de criar ficou cada vez mais sofisticada, a alimentação e o manejo determinaram maior precocidade e melhor estrutura física, e hoje já aos 3 anos de idade a grande maioria dos animais já está fisicamente estruturada e em condições de certa maturidade. Assim, aquelas tabelas antigas, que davam grandes vantagens para os mais novos, ficaram desatualizadas, injustas. O turfe internacional passou a encarar o problema com seriedade, e entre outros o Japão e a França alteraram os conceitos de distribuição de pesos, e com sucesso. Diminuir a diferença de peso entre os 3 e 4 anos, e os de mais de 4 anos não dão mais peso, correm com os mesmos dos 4 anos.

O Jockey Club Brasileiro, através do hipólogo Marcos Ribas, já preparou uma nova tabela, mais moderada e atualizada, que entra em vigor no dia 1º de janeiro de 2013.



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