GARANHÕES FORA DE BAGÉ/ACEGUÁ

Anualmente a Associação Brasileira publica um catálogo referente à venda de coberturas, que são doadas para reforço financeiro e promoções. Além desse aspecto, é uma forma dos criadores apresentarem os seus garanhões, de estimularem vendas de coberturas, de participar. Mesmo assim, nem todos os criadores brasileiros prestigiam, por não entenderem da importância, por não acreditarem em seus próprios garanhões, por aguardarem eventuais sucessos de seus produtos, e por aí vai. O tal catálogo é um ponto de referência, de consulta e suas informações são orientadoras para aqueles que dedicam à gloriosa arte de criar cavalos de corrida.

No artigo “Pasárgada”, foram apresentados quase todos os garanhões da região Bagé/Aceguá, e por absoluta falta de tempo disponível, não foram visitados os Haras Lorolú Ltda e Santa Amélia. No Lorolú está Acteon Man, um alazão de 12 anos que foi importado no ventre. O pai é Be My Chief (linha alta de Northern Dancer) em filha de Shirley Heights (Mill Reef). Acteon Man obteve 4 vitórias (Gávea e Cidade Jardim), inclusive um GP para a nova geração de G.2. Embora com ainda poucos produtos correndo, Acteon Man produziu um ganhador do GP Brasil, Grupo 1, de nome Belo Acteon, cavalo que só veio a vencer com 4 anos de idade, mas que, levado a distâncias maiores, venceu de ponta a ponta os 2.400 metros do G.1. Logo após a vitória foi enviado para os Estados Unidos, onde a tendência é para o encurtamento das distâncias (lá 1.800 metros é considerado páreo de fundo) o que, em princípio, não lhe deve ser favorável. O outro garanhão não visitado em Bagé/Aceguá foi Snack Bar, um castanho de 7 anos que é um dos garanhões em serviço no Haras Santa Amélia. É de propriedade do Haras Regina, e mostrou–se um ótimo milheiro, obteve 8 vitórias, sendo 2 de G.1 e 4 em clássicos (Listeds). As duas de G.1 foram internacionais, a milha em Cidade Jardim e a milha na Gávea. Tem um importante pedigree, pois o pai é Signal Tap (alto índice de classicismo) em filha do extraordinário Jules, em linha feminina norte–americana. O Haras Santa Amélia só inscreveu no catálago Snack Bar.

No município de Capela de Santana está instalado o vitorioso Haras Maluga, com o seu ótimo Arambaré. Esse cavalo sempre correu nas melhores turmas, foi muito bom corredor, obteve 4 vitórias, inclusive, de Grupo na Gávea e Cidade Jardim. O seu sucesso como corredor e como pai se deve ao seu extraordinário pai Jarraar, um filho direto de Mr. Prospector, em linha feminina norte–americana e inglesa. Arambaré é um contumaz pai de bons e habituais ganhadores.

Em Itaqui, no Haras Campestre, está Christine’s Outlaw, um castanho norte–americano, filho de Wild Again, o pai do campeão Wild Event, em égua com Bold Ruler na linha materna, e 5 vitórias em seu país de origem, inclusive, em um G.3, imprimindo muito boa aceleração aos seus filhos, vários deles ganhadores de provas importantes, inclusive, de Grupo. Também no Campestre está Marsh Side, outro norte–americano, mas com características de distâncias maiores, tendo vencido provas de Grupo em 2.400 metros e em outras distâncias superiores a 2.000m, e em pista de grama. É um filho de Gone West (Mr. Prospector) em linha feminina toda norte–americana. Ingressou na reprodução em 2011, esse promissor produtor de cavalos para distâncias que não de velocidade. Outro garanhão do Campestre é outro norte–americano, True Confidence, com os companheiros norte–americanos, é um filho de “fabricante” de velocistas Storm Cat (Storm Bird – Northern Dancer) e que tem como avô materno Fappiano (Mr. Prospector). True Confidence foi um corredor de padrão regular, e assim se comporta como pai. O pedigree de True Confidence alvitra alto padrão. Em Itaqui também está o Haras Salamandra, que tem como garanhão um sólido corredor de 38 corridas. Esse Minion obteve 15 vitórias, inclusive, em Grande Prêmio de Grupo 2 na Gávea, além de várias colocações clássicas. Minion tem poucos filhos, ainda não teve oportunidade para se mostrar.

No município de Júlio de Castilhos está o Haras Santa Tereza do Bom Retiro, com o seu reprodutor norte–americano Benny The Bull, que correu dos 3 aos 6 anos para obter 9 vitórias, das quais duas em G.1 e em 1.200 metros. Benny The Bull está se iniciando na reprodução, e sua meta só pode ser a reprodução de animais de boa velocidade inicial, como provavelmente bom pai de penqueiros.

No município de Passo Fundo está Unbridled Star, no Haras J.G.. Trata–se de um cavalo argentino, com pedigree norte–americano. Esse argentino fez campanha nas pistas uruguaias, onde obteve 7 vitórias, das quais, as mais importantes foram dois clássicos em 1.100 metros e um em 1.200m. A primeira geração de Unbridled Star correrá em 2013. A esperança é de bons velocistas.

Em Uruguaiana está Watchmon, no Haras Cruz de Pedra. É um tordilho norte–americano, que tem seu pedigree nas três primeiras gerações: pais, avós e bisavô, 14 nomes, todos norte–americanos. Watchmon teve sua primeira produção brasileira em 2009 está, pois se iniciando na reprodução. É uma promessa. Em Uruguaiana está também o novo garanhão Sol de Angra, no Haras Cambay. Esse Sol de Angra é um lindo cavalo, alazão de porte impressionante. Esse nacional, de propriedade do Stud Performance, é filho de Put It Back em filha de Roi Normand em filha de Ghadeer. Obteve 5 vitórias na Gávea, mostrando grande poderio para distâncias menores, suas principais performances foram a vitória em G.1 nos 1.000 metros no GP Major Suckow e uma prova listada, clássico, também em 1.000m. Em má hora levado para correr em Dubai, interrompeu sua boa campanha, lá se deu mal, perdeu tempo e oportunidade. De criação do campeão Haras Santa Maria de Araras, de quem foi comprado antes de completar um ano de idade, o lindo Sol de Angra tem tudo para produzir bem, principalmente, bons corredores até a milha.

De acordo com o catálogo publicado pela Associação Brasileira, esses são os garanhões que estão em terras gaúchas, além daqueles do núcleo Bagé/Aceguá.

Além dos já citados no Rio Grande do Sul e no Paraná, serão apreciados os que estão em terras paulistas, os no Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais.

É, na verdade, uma pena que haja criadores que não divulgam os seus reprodutores, que podem até acreditar neles, mas não os apresentam.

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