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Floreando, por Milton Lodi 16/08/2012 - 13h14min
CARACTERÍSTICAS DOS GARANHÕES
Segundo o catálogo anual de vendas de coberturas, editado em 2012 pela Associação Brasileira, assim se apresentam os garanhões para a temporada (por ano de nascimento, em consequência, por idade e país de nascimento).
– 1991 (21 anos): Mensageiro Alado (BR), Signal Tap (USA) e Siphon (BR) – 1992 (20 anos): Dancer Man (BR) e Torrential (USA) – 1993 (19 anos): Wild Event (USA) e Yagli (USA) – 1994 (18 anos): Bonapartiste (FR), Crimson Tide (IRE), Pavillon (BR), Public Purse (USA), Spring Halo (ARG) e Voando Baixo (BR) – 1995 (17 anos): Arambaré (BR), Cape Town (USA), Inexplicable (USA), Nedawi (GB) e Redattore (BR) – 1996 (16 anos): Impression (ARG) – 1997 (15 anos): Banking (ARG) e True Confidence (USA) – 1998 (14 anos): Acteon Man (BR), Agnes Gold (JAP), Crafty C.T. (USA), Put It Back (USA) e Uapybo (BR) – 1999 (13 anos): Mastro Lorenzo (BR), Minion (BR) e Thompson Rouge (IRE) – 2000 (12 anos): Ay Caramba (BR) e Christine’s Outlaw (USA) – 2001 (11 anos): Good Reward (USA), Setembro Chove (BR), Shirocco (GER), Smarty Jones (USA), T. H. Approval (USA) e Tiger Heart (USA) – 2002 (10 anos): Bandido Secreto (BR), Core Business (BR), É do Sul (BR), Linngari (IRE), Silver Train (USA), Top Hat (BR) e Watchmon (USA) – 2003 (9 anos): Amigoni (IRE), Benny The Bull (USA), Emirates To Dubai (USA), Farenheit (BR), Glória de Campeão (BR), Heliostatic (IRE), Hinton Wells (IRE), Marsh Side (USA), Quatro Mares (BR), Quick Road (BR), Silent Times (IRE) e Union Avenue (USA) – 2004 (8 anos): Bold Start (USA), Eyeofthetiger (ARG), Giruá (BR), Great Guy (ARG), Holy Roman Emperor (IRE), Jeune–Turc (BR), Mr.Nedawi (BR), Nítido (BR) e Time For Fun (BR) – 2005 (7 anos): Adriano (USA), Flymetothemoon (BR), Fluke (BR), Kapo Di Tutti (BR), Public Speaker (USA), Snack Bar (BR), Sol de Angra (BR) e Unbridled Star (ARG) – 2006 (6 anos): Gallian (BR) e Timeo (BR) – 2007 (5 anos): Awzaan (GB), Desejado Thunder (BR), Mellon Martini (USA) e Pounced (USA) – 2008 (4 anos): Roderic O’Connor (IRE)
Dos 80 garanhões que tiveram coberturas doadas à Associação Brasileira, para que ela possa promover importantes eventos turfísticos com as vendas em leilão, 30 coberturas eram de reprodutores nacionais, representando 37,5% (trinta e sete e meio por cento), dando assim oportunidade para que 62,5% (sessenta e dois e meio por cento) das vendas proporcionem a prenhes de 50 éguas com sangues de fora do país, o que é muito bom. Essas 50 coberturas oferecidas de garanhões estrangeiros vão dar o necessário toque de internacionalização nos pedigrees dos produtos a nascer. As 50 coberturas de garanhões estrangeiros são 29 dos Estados Unidos, 9 da Irlanda, 7 da Argentina, 2 da Grã–Bretanha, 1 da Alemanha, 1 do Japão e 1 da França.
Naturalmente dependeu da audácia e das possibilidades dos criadores, seria muito bom que viessem mais sangues da Alemanha, do Japão, da Irlanda e da Grã–Bretanha, principalmente, e menos de países das Américas, e procurando “peneirar” pelo menos um pouco a vinda de garanhões que em suas origens eram dependentes de drogas para poderem correr. Não é para já, mas o tufe mundial caminha no sentido da cada vez maior sanidade dos corredores, os clubes promotores de corridas em países em que ainda são permitidas medicações para correr vão certamente aos poucos restringindo as medicações, no sentido de que as mesmas, pelo menos teoricamente e, em princípio, serão banidas do turfe.
Por isso é preciso haver muito cuidado na importação de cavalos e também de éguas, que não da Europa, da Ásia e da Oceania, pois enquanto nos citados continentes a sanidade é ponto forte pela, inclusive, proibição de remédios para correr, nas Américas há um evidente e vergonhoso abuso. Nos Estados Unidos, no Peru, no Chile, na Argentina e no Uruguai, os abusos são permitidos, debilitando a saúde dos animais para um futuro aproveitamento na criação. Potros com sangues desses corredores medicados já nascem predispostos a problemas físicos de toda ordem, inclusive, e, principalmente, as temidas hemorragias. O Brasil certamente vai se afastar do problema aos poucos, não teria cabimento envenenar a criação podendo seguir a cultura turfística de todo mundo que não a loucura que impera nas Américas.
Voltando à publicação da Associação Brasileira, se nota algumas curiosidades. Hoje em dia e já de algum tempo, o garanhão irlandês Galileo é considerado o melhor em atividade no mundo. Pois o catálogo apresenta um filho dele na seção Argentina do Haras Santa Maria de Araras. O pedigree desse Heliostatic é bem irlandês, fugindo um pouco dos sangues norte–americanos habitualmente no Araras. Outro detalhe diferente é a presença no catálogo de três reprodutores sediados no Haras Cuatro Piedras, do Uruguai. São eles o inglês Awzaan, o brasileiro Dancer Man e o norte–americano Smarty Jones. Essas ofertas, naturalmente, visam possibilitar a participação de filhos desses três nas bem dotadas provas patrocinadas pela Associação. Detalhe também importante é a entrada na reprodução do bom Fluke, que pode vir a ser um ótimo veículo do generoso sangue de Wild Event, o melhor garanhão sediado no Brasil.
O prestigiamento dos criadores ofertando à Associação Brasileira coberturas de seus garanhões não só representa apoio à entidade encarregada de em nome dos criadores, administrar para o Ministério da Agricultura o Stud Book Brasileiro, como também, confiança em que os filhos de seus reprodutores terão qualidade para participar de grandes eventos.

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