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Floreando, por Milton Lodi 09/08/2012 - 12h27min
O AMOR E SUAS CONSEQUÊNCIAS
Como é do conhecimento dos turfistas, a temporada das coberturas e dos nascimentos nos países do Hemisfério Norte vai de 1º de janeiro até 30 de junho, e a do Hemisfério Sul de 1º de julho até 31 de dezembro. Essa norma é em função de proporcionar aos produtos em criação, em fase de lactação as melhores condições ambientais da primavera. Assim, como a natureza predispõe uma gestação normal em torno de 11 meses, os produtos nascem normalmente, entre 15 dias antes e 15 dias depois daquele prazo. Como seria impossível na prática se levar em conta as datas de nascimentos individualmente, pois são centenas de milhares de corredores que nascem a cada ano, estipula–se que todos os animais nascidos no Hemisfério Norte completem um ano de vida a cada 1º de janeiro, e os do Hemisfério Sul no dia 1º de julho. Essas duas datas são expressivas, pois representam marcos importantes nas programações das corridas, permitindo as enturmações, que são normalmente por idade, por sexo e/ou por número de vitórias.
Em função das duas convencionadas datas, os criadores do Norte procuram fazer com que os produtos de suas criações nasçam a partir de 1º de janeiro, e os do Sul de 1º de julho. Como há sempre modernidades no campo da criação e das corridas como, por exemplo, aparelhos cada vez mais sofisticados para detectar prenhez, controles dos sêmens, medicações mais eficientes, cuidas e domas mais racionais, rações tecnicamente cada vez melhor balanceadas, etc e, nos hipódromos controle quanto a medicações que possam ultrapassar os limites naturais e normais dos corredores e com isso danificam os seus organismos e a saúde geral, com toda a modernidade cada vez mais eficaz, muitos enfoques foram se alterando com o correr do tempo.
O melhor e mais técnico criador brasileiro de todos os tempos, José Paulino Nogueira, do Haras Bela Esperança (SP), isso lá pelos idos de 1940/1950 aproximadamente, preconizava e praticava um limite máximo de 40 éguas/ano por garanhão, sendo até 10 no primeiro ano, até 20 no segundo e a partir do terceiro o limite de 40. Isso era porque as condições técnicas da época exigiam maior número de saltos, e era projetado um limite de 120 saltos/ano por reprodutor. Os reprodutores ficavam nos seus boxes a maior parte do dia e sempre à noite, para a saúde e a integridade física. Os exames de prenhez eram feitos com 45 dias após a última cobertura, e através de exames de sapos. Aos poucos esses conceitos foram se modificando com as novas técnicas, os exames de sapo após 45 dias foram substituídos por exames de toque retal na metade do tempo e hoje os aparelhos de ultrassom fazem o mesmo serviço em 14 dias e com precisão. Essa modernidade no setor abre novos enfoques, como o controle dos cios das éguas, o que resulta em saltos não desperdiçados e um consequente aumento no número de éguas por cavalo. As 40 éguas e 120 saltos à época do Dr. Paulino são hoje, em alguns casos extremos, no Brasil, normalmente 120 éguas, e fora do Brasil há reprodutores que recebem até 240 éguas em uma única temporada, e com a novidade do “shuttle”, com garanhões cobrindo nas estações de monta de primeiro e também de segundo semestre, há cavalos cobrindo por volta de 350 éguas/ano.

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