DOTAÇÕES

Como a Temporada Hípica Brasileira vai de 1º de julho a 30 de junho, até a última semana do mês de junho de cada ano, os clubes promotores de corridas devem divulgar as dotações para o então próximo período anual. De acordo com as suas situações financeiras, e segundo a norma mundial ou a cada idade maior o prêmio é menor, ou são mantidas as dotações acompanhando o aumento das idades, em caso de especialíssimas condições financeiras. Há ainda duas hipóteses, quais sejam, a diminuição das dotações, absurdo até admissível no Brasil, quando mesmo os clubes com boas receitas, habitualmente desviando os recursos necessários ao turfe para outras atividades que de um modo geral chegam a ser desnecessárias e até demagógicas, ou ao inverso dar um real aumento nas premiações, o que é incomum no turfe brasileiro.

O Jockey Club Brasileiro, com a nova Diretoria eleita e empossada no dia 31 de maio de 2012 havia determinado que, os dois primeiros meses de gestão, junho e julho serão para se inteirar dos panoramas administrativos, jurídicos e financeiros dentro do possível sem demissões nem admissões. Depois dos dois meses, seriam então tomadas todas as medidas adequadas em todos os setores do clube. Mas havia a necessária fixação das novas dotações, a serem determinadas e anunciadas no fim de junho. Em uma demonstração de equilíbrio e bom senso, com uma atitude conservadora, mas demonstrando sensibilidade, a nova Diretoria seguiu o hábito mundial de prêmios menores para as idades maiores, mas sobre o novo patamar concedeu um aumento de 5% (cinco por cento). Como exemplo, os 2 anos com R$ 7.500,00 passam a 3 anos com R$ 7.260,00. Assim, o habitual decréscimo foi bem atenuado. Após o GP Brasil em 5 de agosto, mas ainda no segundo semestre, há possibilidade de nova apreciação nas dotações. A atitude da nova Diretoria do Jockey Club Brasileiro agradou os turfistas, que compreenderam que sempre que possível novos aumentos nas dotações virão. A nova Diretoria do Jockey Club Brasileiro iniciou–se muito bem.

O Jockey Club de São Paulo, em mãos de uma Diretoria esclarecida e eficiente, entendeu desde que assumiu em março de 2011, determinou que todos os problemas financeiros que se arrastavam havia dezenas de anos fossem enfrentados e providenciados. Foi colocado em prática um plano audacioso, firme e trabalhoso, mas necessário para restabelecer a saúde financeira do clube. Os enormes compromissos anteriores, certamente levariam o Jockey Club de São Paulo a uma desastrosa paralisação, mergulhado em um atoleiro de dívidas impagáveis. Ao fim do primeiro ano de mandato, parte dos compromissos já foram resolvidos. Os compromissos ainda a serem acertados, já em volume ainda grandes, mas menores demandaram medidas antipáticas, mas rigorosamente necessárias e, até o fim de 2012 foi imposto um regime de exceção, de cintos bem apertados. Com a obrigatoriedade da fixação das novas dotações para o ano hípico 2012/2013, quando todos os turfistas entendiam como certa a natural diminuição dos prêmios em função dos aumentos das idades, o Jockey Club de São Paulo surpreendeu. Assim como no Jockey Club Brasileiro, os prêmios foram tradicionalmente diminuídos com a mudança das idades, mas mereceram um aumento que em muito suaviza o problema. Como exemplo, os 2 anos corriam por R$ 7.500,00 e os 3 anos por R$ 6.500,00, e foi determinado o valor de R$ 7.000,00. A dotação dos novos 2 anos, que terão páreos em dezembro/janeiro será determinada no quarto trimestre. Essa demonstração de sensibilidade da nova Diretoria do Jockey Club de São Paulo é mais um elemento para a sua confiabilidade. O parcelamento dos pagamentos tem que ser entendidos não como ruim, mas absolutamente necessários.

O Jockey Club do Rio Grande do Sul fez bonito, deu um aumento geral médio da ordem de 22% (vinte e dois por cento). Fixou R$ 2.200,00 para os páreos eliminatórios dos 3 anos, R$ 1.800,00 para os de 4 e mais anos, e ficando a dotação para os 2 anos, que só terão páreos a partir de dezembro/janeiro, para ser divulgada. As provas do calendário clássico seguirão as determinações da Associação Brasileira. O pagamento dos prêmios está e continuará em dia. Essa Diretoria do JCRGS, que foi reeleita por aclamação, está dando uma demonstração de grande competência.

O Jockey Club do Paraná não tratou das novas dotações na época adequada e até a segunda–feira dia 16 de julho nada estava decidido. Assim, ante a realidade paranaense, algumas hipóteses devem e/ou podem ser alvitradas:

1ª Hipótese – Dadas as aparentes precárias condições financeiras do setor turfístico, que de quando em quando sofrem de atrasos nos pagamentos dos prêmios, as dotações iguais para todos os páreos eliminatórios para todas as idades, deverão ser mantidas nos mesmos R$ 1.700,00.

2ª Hipótese – A dotação geral de R$ 1.700,00 seria diminuída para R$ 1.500,00, o que parece ser absolutamente improvável.

3ª Hipótese – Todos os páreos eliminatórios seriam melhorados de R$ 1.700,00 para R$ 1.800,00.

4ª Hipótese – Como o Jockey Club do Rio Grande do Sul determinou R$ 2.200,00 para os 3 anos e R$ 1.800,00 para os de 4 e mais anos, o Paraná faria o mesmo, o que é improvável, pois o JCRGS está muito bem e o Jockey Club do Paraná em situação bem diferente.

5ª Hipótese – R$ 2.000,00 para os 3 anos e R$ 1.800,00 para os de 4 e mais anos, isso para não ficar muito longe do Rio Grande do Sul.

Esses raciocínios não passam de especulação, já que é possível que o Jockey Club do Paraná esteja em fase de boa recuperação financeira em função de negócios imobiliários já realizados. Estão faltando cerca de sete meses para o término da atual gestão irregular. O Turfe Brasileiro aguarda as próximas eleições de 2013, para quem sabe a Diretoria regularmente eleita, de acordo com a vontade da maioria dos sócios estatutariamente aptos, seja empossada. Será que isso vai acontecer?

A sorte do Turfe Brasileiro está nas mãos dos grupos que hoje regularmente dirigem o Jockey Club Brasileiro, o Jockey Club de São Paulo e o Jockey Club do Rio Grande do Sul.

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