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Floreando, por Milton Lodi 12/07/2012 - 11h49min
LEILÃO ANUAL DE COBERTURAS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
No domingo, 1º de julho, a Associação Brasileira promoveu no Canter Bar, na arquibancada social do Jockey Club de São Paulo, após o último páreo, o seu tradicional Leilão de Coberturas. Os proprietários e/ou detentores dos direitos dos reprodutores deram à Associação Brasileira uma cobertura, e o resultado do Leilão vai para que a Associação possa promover importantes provas. É uma demonstração coletiva de apoio e, ainda, a valorização dos produtos daqueles reprodutores, que ficam capacitados a participar de provas especialmente dotadas. Houve uma pequena evolução em 2012, a receita de 244 mil reais em 2010 passou a 222 mil em 2011 e em 2012 foram a 269 mil reais. O objetivo foi alcançado. Dos 84 lotes apresentados, foram arrematados 66 e ficaram por conta dos seus próprios inscritores por 1.500 reais cada, a serem pagos em 10 parcelas. Todos os produtos dos 84 garanhões ofertados estão habilitados a participarem das provas promovidas pela Associação Brasileira.
Vinte e uma das ofertas ficaram com Bagé (RS), e 8 com Tijucas do Sul (PR). Os maiores preços foram de Wild Event (R$ 22 mil, Stud Quintella), Put It Back (R$ 19 mil, Haras Santa Rita da Serra), Holy Roman Emperor (R$ 17 mil, Belair Stud), Roderic O’Connor (R$ 14 mil, Haras Tango), Vettori (R$ 8 mil, Haras Old Friends Ltda), Crimson Tide (R$ 7,5 mil, Stud Jaguaretê), Shirocco (R$ 7 mil, Haras Tango), Agnes Gold (R$ 6,5 mil, Haras Palmerini), Public Purse (R$ 6,5 mil, Stud Quintella) e Redattore (R$ 6 mil, Stud Birigui).
Essa iniciativa da Associação Brasileira é digna de todo o apoio, pois além de lhe permitir a prática de importantes eventos turfísticos, facilita/possibilita o acesso de todos os criadores aos melhores e muitas vezes, exclusivos, de seus próprios haras. A Associação Brasileira recebeu o apoio de aproximadamente 40% (quarenta por cento) dos reprodutores, o que pode ser considerado muito bom, mas ficaram de fora garanhões que tinham e têm credenciais para ainda melhorar o evento, como por exemplo, Drosselmeyer, Molengão, Out Of Control, Durban Thunder, Blade Prospector, First American, Dubai Dust, entre outros. É claro que um ou outro possa ter problemas como pouca fertilidade, por exemplo, mas dentro do possível há que haver uma união nacional no apoio à Associação.
Para tentar melhorar ainda mais a promoção, três detalhes poderiam ser alvitrados e estudados. O primeiro seria a época da realização. No dia 1º de julho, como foi em 2012, fica faltando apenas um mês e meio para o início das coberturas, e nessa época a grande maioria dos criadores está com o seu mapa de coberturas pronto, inclusive, com a antecedência necessária para o planejamento e contratação de eventuais transportes. Em lugar do último, 1º de julho, a melhor época poderia ser no sábado, na véspera do GP São Paulo, após o último páreo. Seriam 3 meses de antecedência e não 1 mês e meio, e se por ventura viessem novos garanhões a serem oferecidos, e quem sabe um retardatário “shuttle”, nada impediria que uma nova promoção, quem sabe, no tal 1º de julho, poderia ser providenciada.
O segundo detalhe é a qualidade das informações no referente catálogo. Na verdade, mesmo com boa vontade, deixa a desejar. Há uma flagrante diferença entre os mais recentes catálogos e os mais distantes, que traziam mais e melhores informações, principalmente, no referente a um dos principais detalhes dos garanhões, qual seja, a linha materna, a linha feminina que diz em grande parte da possível generosidade do reprodutor. Sob o ponto de vista técnico, no das informações, o catálogo do leilão anual de coberturas necessita urgentemente de cuidados. E para um leilão em meados de maio, as inscrições devem ficar abertas de 1º de janeiro a 15 de março, e de 15 de março a 15 de abril a Associação teria tempo para o reparo de um bom catálogo e sua devida revisão, de 15 de abril até 1º de maio haveria tempo para o trabalho gráfico e a necessária revisão, ficando a Associação com duas semanas para a melhor possível distribuição. Se todos os criadores brasileiros recebessem um bom catálogo em razoável tempo, seria um incentivo não só para participar como também para até inscrever no ano seguinte. Não seria necessário esperar para preparar o catálogo após o recebimento das inscrições, é um trabalho que pode iniciar–se agora, e com calma fazer pesquisas necessárias ao enriquecimento das informações.
O terceiro seria modificação no sistema de leiloar. O melhor leiloeiro brasileiro, Nilson Francisco Genovesi, já há muito tempo preconiza um leilão no sistema dos remates. No sistema atual, a relação é por ordem alfabética, e no início é sorteada a letra com a qual será praticada a licitação. Acontece que na prática há um importante problema. O cavalo Wild Event, o melhor garanhão sediado no Brasil, e objeto de desejo de todos os criadores, têm a inicial W, se a letra sorteada for X em diante, Wild Event ficará para um dos últimos. Isso corresponde a dizer que o mais desejado, o mais caro, o teoricamente melhor, e como ele os seus interessados, vão aguardar quase que o leilão inteiro. Leiloado Wild Event, todos aqueles, todos menos um, que deixaram de lançar em outros aguardando o melhor, ficam alijados do leilão. Segundo Nilson Francisco Genovesi, um remate resolve o problema, quem desse o maior lance teria o direito de escolher o seu preferido, e no caso exemplificado de Wild Event, aqueles que tivessem lances vencidos teriam ainda dezenas de garanhões para tentar comprar, não ficariam de fora. Essa ideia do leiloeiro deveria ser levada em conta, discutida, estudada, e quem sabe experimentada, pelo menos uma vez. Nessa modalidade de oferta, quem não consegue o preferido continua com chances de comprar outro do seu agrado.
Parabéns à Associação Brasileira pelo sucesso do Leilão Anual de Coberturas de 2012, e certamente essa promoção ainda será melhor em 2013.

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