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Floreando, por Milton Lodi 05/07/2012 - 12h57min
REUNIÃO INTERNACIONAL
No domingo 17 de junho de 2012, realizou–se reunião em Montevidéu, Uruguai, promovida pelas maiores autoridades do turfe uruguaio, e como convidada a Associação Brasileira, que foi representada por Sergio Coutinho Nogueira (presidente) e pelos diretores e conselheiros Luiz Fernando Cirne Lima e Ricardo Matas Soles, além de Eduardo Menghini, Ricardo Colombo e João Francisco Schild. A presença inclusive das autoridades ministeriais uruguaias do setor e também de dirigentes do turfe uruguaio garantia o apoio maior no empenho de uma parceria com o Brasil, no sentido de primeiramente levar para o Uruguai reprodutoras brasileiras cheias e posteriormente também potros para lá correrem.
O primeiro passo das autoridades uruguaias foi inovar a premiação dos criadores no valor de 6% (seis por cento) das dotações (no Brasil essa prática já é antiga e no valor de 10%, dez por cento). Haverá imediato apoio a três hipódromos menores do Uruguai. O turfe uruguaio decidiu pleitear a parceria com o turfe brasileiro em decorrência dos bons resultados crescentes do nosso país, com destaques em provas internacionais. A delegação brasileira sugeriu que desde logo fossem diminuídas as taxas cobradas nos emolumentos do Stud Book Uruguaio, e mais facilidades e menos burocracia.
Ficou em principio acertado que, por ocasião do Gran Prêmio General Artigas em abril de 2013, será realizado um leilão de éguas brasileiras cheias. Para isso o governo uruguaio arcará com os transportes e financiará as compras em longo prazo. Caberá à Associação Brasileira a seleção das éguas. Esses os principais tópicos da ideia, e as éguas iriam para o Uruguai no mês de janeiro de 2013. Todas as possíveis facilidades serão tomadas. Essa promoção inicial teria caráter pelo menos anual, dentro da linha uruguaia de melhorar o padrão do seu plantel, e aumentando as portas para a exportação brasileira. Em sequência à saída de éguas cheias, seria também promovida a ida de potros da nova geração para venda em leilões em épocas oportunas, possivelmente também em 2013.
Foi uma primeira reunião, haverá muito trabalho para viabilizar o processo, mas há uma enorme boa vontade dos dois lados.
Nisso tudo há um incômodo problema para a Associação Brasileira, qual seja, a diminuição anual sistemática de alguns anos para cá do número de reprodutoras. Em 2010, das 3.965 reprodutoras em 2009, nasceram 2.918 produtos. Em 2011, das 3.510 éguas (menos 455), nasceram 2.826 produtos (menos 455), nasceram 2.826 produtos (menos 684). Para 2012 há uma projeção de no máximo 3.400 éguas em 2011 produzindo no máximo 2.700 potros. Esse declínio numérico é decorrência do que se passa em nossos Jockeys Clubs. É na distribuição dos prêmios, dos recursos dos clubes, que decorre tudo. As dotações são o fio da meada, é a porta de entrada do dinheiro. Os clubes brasileiros promotores de corridas estão fora do senso de realidade, da lógica, do fundamental. Os criadores e os proprietários estão cansando de perder dinheiro. O Jockey Club Brasileiro negou aumentos substanciais de prêmios, mais do que necessários e urgentes, pela diretoria anterior, mesmo com disponibilidades financeiras, desviando os recursos mais do que necessários para o incremento direto das corridas e indireto da criação, para obras desnecessárias e demagógicas. Agora aguarda–se com paciência e confiança que a nova Diretoria promova o progresso da atividade. Em São Paulo a anterior desastrosa diretoria minou as reservas financeiras do clube, hoje em boas mãos, mas em um atoleiro de problemas. No Rio Grande do Sul o panorama é muito bom e promissor, pois a boa diretoria anterior foi reeleita por aclamação, e vai resolver com certeza o pouco que falta ao clube no sentido de sucesso. Quanto ao futuro do turfe paranaense, só se pode lembrar que já de algum bom tempo caminha na contramão, não há como prever quaisquer melhoras, pelo contrário.
Mas com tudo isso os criadores vêm agora uma nova luz, uma nova porta se abrindo. A tal reunião no Uruguai abre novas perspectivas, embora vá se iniciar no máximo com 50 animais, mas é um principio. Só os mais inteligentes e espertos vão acreditar na possível melhoria.
O momento não é de diminuir, é de aumentar.
Parabéns à Associação Brasileira.

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