Nomes de Páreos

A prática universal de denominar páreos segue naturalmente entendimentos quase sempre lógicos. No Rio e em São Paulo os grandes prêmios e os clássicos levam nomes altamente expressivos no setor dos cavalos, de criadores, de proprietários, de datas significativas, de sócios e não sócios dos clubes e que foram importantes. Os páreos comuns também são denominados, mas as Imprensas falada, escrita e televisionada não dão qualquer importância, não divulgam nem sequer citam.

Nas provas de grupo e nas clássicas há nomes já tradicionais, como a homenagem ao Presidente Vargas (que anualmente ia ao hipódromo da Gávea assistir a premiação de potros e potrancas, e dando prestígio com a sua presença os G.G.P.P. Brasil e Presidente da República). Mário de Azevedo Ribeiro (ex–presidente, que foi o engenheiro chefe da construção do Hipódromo da Gávea), figuras que ajudaram o JCB desde a fundação como, por exemplo, Dr. Frontin, Costa Ferraz, Marciano de Aguiar Moreira, Mariano Procópio, Conde de Herzberg, Henrique Possolo, Luiz Alves de Almeida, José Calmon, Major Suckow, Cordeiro da Graça; nomes da época heróica.

Também são homenageados criadores de grande importância como Hernani Azevedo Silva (Haras São Luiz), Barão e Baronesa Von Leithner (Haras São Bernardo), Henrique de Toledo Lara (Haras Faxina), os irmãos João Adhemar e Nelson de Almeida Prado (Haras Jahú e Rio das Pedras), Eurico Solanés (Haras Verde e Preto), Gervásio Seabra e seus filhos Roberto e Nelson Grimaldi Seabra (Haras Guanabara), Breno Caldas (Haras do Arado), Luiz Gurgel do Amaral Valente (Haras Valente), José Paulino Nogueira (Haras Bela Esperança), Oswaldo Aranha (Haras Vargem Alegre), Frederico João Lundgren (Haras Maranguape), Antonio Joaquim Peixoto de Castro Junior (Haras Mondesir), Euvaldo Lodi (Haras Ipiranga), Julio Capua (Haras Vale da Boa Esperança), Armando Rodrigues Carneiro (Haras Nacional).

Proprietários como Adhemar de Faria, que foi um dos fundadores do JCB e importantíssima figura na primeira Diretoria do Clube como Diretor Secretário Geral e efetivo substituto eventual do Presidente, e seu filho Roberto Gabizo de Faria, proprietário de grande sucesso. Pessoas muito importantes também são homenageadas, como Adayr Eiras de Araújo, João Borges Filho e Salgado Filho (ex–presidentes do JCB), Francisco Eduardo de Paulo Machado (ex–presidente que dominou a política turfística carioca por 40 anos), Roger Guedon, José Buarque de Macedo, Zélia Gonzaga Peixoto de Castro (a Primeira Dama do turfe carioca), Antonio Carlos Amorim, João José e José Carlos de Figueiredo. Ilustres como Octávio Dupont (professor emérito de Veterinária e que se dedicou ao JCB por muitos anos), Ernani de Freitas (o treinador de maior número de vitórias na história do turfe carioca), Luiz Rigoni (o melhor de todos os jóqueis que já passaram pelo turfe brasileiro), Presidente João Goulart (que muito apoiou o turfe), o Presidente Arthur da Costa e Silva (turfista), Professor Nova Monteiro (importante figura no turfe carioca por muitos anos).

O criador e proprietário Luiz Fernando Cirne Lima é homenageado com um carinho todo especial, por ter sido o responsável pelo preparo e pela promulgação da Lei do Turfe quando era Ministro da Agricultura, o melhor de todos no entender da grande maioria. Figuram animais que marcaram épocas, como Escorial, Riboletta, Itajara, Much Better, Ghadeer, Sabinus. Nestor Jost, que foi Ministro da Agricultura, também é homenageado. Há nomes tradicionais como Diana (o Derby das éguas), Cruzeiro do Sul (o Derby de produtos), Derby Club e São Francisco Xavier (que antecederam o Jockey Club Brasileiro); Duque de Caxias (homenagem ao Exército), Presidente da República, Brasil, Associação Brasileira dos Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida, Associação de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida do Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa, Imprensa, Delegações Turfísticas, Jockey Club Brasileiro, Jockey Club de São Paulo, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Ministério da Agricultura, Estado do Rio de Janeiro, enfim, um agraciamento geral.

Deixei propositadamente para citar por último, o grande benemérito do turfe brasileiro, aquele que deu início, na verdade, à criação e as corridas. Os nomes de Linneo de Paula Machado e de seu pai, Francisco Vilela de Paula Machado, são nomes venerados por todo o turfe brasileiro, pela coragem em liderar iniciativas difíceis e de grande porte, pelos altos investimentos não só em importantes importações iniciais de garanhões e éguas europeus de alta qualidade; como também, a implantação do Haras Expedictus, em Botucatú, SP e o Haras São José, em Rio Claro, SP. Foi um projeto que durou 100 anos em alto padrão, com a fixação de muitas linhas femininas que proliferaram até em outros Haras e com grande sucesso.

Há alguns detalhes que merecem ser observados. Tomemos como exemplo, o G.P. Carlos Telles e Carlos Gilberto da Rocha Faria. Pai e filho eram sócios meio a meio do Haras Santa Anitta. Com a morte do pai, o JCB instituiu merecidamente o G.P Carlos Telles da Rocha Faria. Com a posterior morte do filho, o nome do Grande Prêmio passou a ser Carlos Telles e Carlos Gilberto da Rocha Faria Perfeito. O nome de família no final, e os dos dois antes, perfeito. O mesmo não foi respeitado quando da morte de Roberto Gabizo de Faria, cujo nome foi aduzido ao do pai Adhemar de Faria. Em lugar de passar o Grande Prêmio, que era só Adhemar de Faria para Roberto Gabizo e Adhemar de Faria, pois Gabizo era o segundo nome de Roberto e, naturalmente, não era do pai, o Grande Prêmio passou a chamar–se Adhemar de Faria e Roberto Gabizo de Faria. O sobrenome de família ficou repetido.

Outro detalhe que merece cuidado é o referente a um dos Grandes Prêmios que homenageiam datas. O G.P. 16 de Julho refere–se à data da fundação do JCB, data importante e reverenciada. O mesmo não ocorre com o G.P. 11 de julho, data da inauguração do Hipódromo da Gávea. Colocaram o 11 de julho como taça, do G.P. Adayr Eiras de Araújo, um ex–presidente do JCB. As duas homenagens são justas, mas parecem–me em posições invertidas, o G.P. deveria ser 11 de julho e a Taça com o nome do nobre ex–diretor.

O que mais importa é que o calendário clássico do Jockey Club Brasileiro é muito bom, e não poderia deixar de sê–lo já que foi preparado e é cuidado pelo expert Marcos Araújo Ribas de Faria, o Hipólogo mais adequado para esse tipo de trabalho.

[ Escolher outro colunista ]