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Floreando, por Milton Lodi 31/05/2012 - 15h06min
O NOVO CRISTAL
Todos os clubes promotores de corridas do Brasil já passaram ou passam por momentos difíceis. E o Jockey Club do Rio Grande do Sul não fugiu à regra. Após uma tenebrosa administração, que seria e gravemente comprometeu as finanças do Clube, como acumulou dividas e compromissos de todas as ordens, problemas cíveis e trabalhistas, transformando o Cristal de um lindo e aprazível Hipódromo em uma enorme tristeza, a caminho de total paralisação. Repito após desastrada e inconfiável época de desacertos, o Jockey Club do Rio Grande do Sul, o Clube chegou às mãos dos bons turfistas. Iniciou–se, então, um longo e sofrido período de recuperação.
Hoje, após quatro administrações do bem, o Clube apresenta–se outro. Mas profundas cicatrizes marcaram o clube, que perdeu sucessivas áreas para fazer frente à iminente ameaça de fechamento. O Cristal perdeu até a sua Vila Hípica, que construída em época de amplas áreas de um grande patrimônio imobiliário, ocupava espaços até desnecessários. O Clube hoje enfrenta com tranquilidade os seus problemas. Restam–lhe aproximadamente 35 hectares, e futuras duas torres comerciais, além de uma entrada parcelada de dinheiro suficiente para manter e participar das resoluções dos problemas.
Hoje, os compromissos do Clube nas áreas cíveis e trabalhistas representam apenas cerca de 7% (sete por cento) do seu patrimônio. Mas em função da imperiosa necessidade de manter o Cristal vivo, isto é, com suas acomodações apropriadas, o Clube vai ter que enfrentar o problema da falta da Vila Hípica. Teoricamente uma solução seria a compra de área fora do Hipódromo, com espaço suficiente para pelo menos mil boxes, alojamentos, depósitos etc, além de uma pista para os trabalhos dos animais. Na prática essa imaginária área seria impossível pela distância que ficaria do Hipódromo, em função dos custos e preços completamente fora das possibilidades financeiras do Jockey Club do Rio Grande do Sul, que hoje e já de algum tempo é administrado por Diretorias de pés no chão.
Além do incômodo de ficarem os animais e os responsáveis por eles muito afastados, criando problemas até para os proprietários, aqueles que mantêm os corredores e, basicamente, são os responsáveis pelo funcionamento das corridas, então impedidos de frequentarem quase que diariamente, as cocheiras para verem os seus cavalos e conversarem com os profissionais. É uma situação de fato, um hipódromo necessitando de cuidados maiores em suas dependências, pagando pequenos prêmios, embora rigorosamente em dia, e sem Vila Hípica, isto é, sem alojamento para os cavalos.
Em uma atitude necessária, inteligente e arrojada, a Diretoria determinou o encurtamento da raia, de 2.000 para 1.600 metros de volta fechada abrindo espaço para a construção de uma nova e moderna Vila Hípica, com capacidade para aproximadamente 1.000 boxes. Ao mesmo tempo, as pistas serão reformadas, primeiro a externa de areia e depois a interna de grama. A previsão para o comprimento da revolucionária e corajosa meta é a possível em caráter de urgência máxima. Admite–se que tudo estará pronto entre um e dois anos.
Enquanto o turfe brasileiro está sendo liderado pelo Jockey Club Brasileiro, enquanto o Jockey Club de São Paulo luta em mãos de sua adequada Diretoria para se reerguer de um pântano administrativo e financeiro deixado pela Diretoria anterior, enquanto o Jockey Club do Rio Grande do Sul valentemente resolve da melhor forma possível os seus problemas. Enquanto isso, o Jockey Club do Paraná está atolado em um caos promovido por uma Diretoria equivocada, inadequada, que se mantém no poder, à custa de acrobacias jurídicas e/ou judiciais, ocupando impropriamente o lugar daqueles que foram regular e licitamente eleitos há mais de um ano, isto é, ocupando irregularmente já mais da metade da gestão dos eleitos. É uma vergonha, que se reflete na vida turfística do Jockey Club do Paraná.
Mas no momento o enfoque é o Hipódromo do Jockey Club do Rio Grande do Sul, que com discernimento e coragem vai caminhando de modo firme para nova era, de sucesso administrativo e financeiro.
O planejamento geral de todos os setores já está pronto. No que diz respeito à não paralisação das corridas durante a execução das obras, primeiro as corridas serão realizadas na pista interna, a que atualmente é de grama e que será temporariamente de areia, enquanto a pista externa, a principal de areia, será preparada com os possíveis requintes. Depois, as corridas voltarão para a pista maior, a de areia então já pronta, enquanto a de dentro voltará a ser preparada para grama. Com esse planejamento, não haverá interrupção das corridas.
Vem aí o novo Cristal.

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