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Colunista:

Floreando, por Milton Lodi
26/05/2011 - 09h27min

FITZ EMILIUS E ORFF

Era um bonito domingo de dezembro, e a tarde em Cidade Jardim ia ser corrido o GP Consagração, então 3ª Prova da Tríplice Coroa paulista, em 3.000 metros em pista de grama pesada. A perspectiva era a vitória de Fitz Emilius, que já ganhara as duas primeiras provas, o Ipiranga em 1.609 metros e o Derby Paulista em 2.400m, e era um provável tríplice coroado, ainda mais que o páreo só tinha meia dúzia de concorrentes, e com exceção de um egresso da Gávea, de nome Orff, todos não representavam perigo para o poderio de Fitz Emilius. O bom potro, candidato à tríplice, era um filho de Honeyville, a rigor o único animal de boa classe por ele produzido, era de criação do paulista Haras São Lázaro e de propriedade da parceria Roberto Gabizo de Faria e Francisco de Paula Pinto, amigos fraternos desde meninos e que formaram uma dupla de sucesso no turfe, em amizade que perdurou por toda a vida deles.

A Comissão de Corridas do Jockey Club de São Paulo era muito boa, constituída por nove comissários encarregados da fiscalização das corridas, e tendo como Presidente um carioca radicado desde a mocidade em São Paulo, que via corridas muito bem, mas era extremamente rigoroso com profissionais que iam da Gávea, pois enquanto em Cidade Jardim os páreos eram julgados com o rigor determinado pelo Código Nacional de Corridas, no hipódromo carioca os comissários eram indicados por motivos de amizades pessoais, muitos não entendiam a seriedade do cargo, o controle era muito frouxo, e os delitos de raia, mesmo os de gravidade, eram habitualmente não considerados. Assim, era comum jóqueis cariocas irem eventualmente montar em Cidade Jardim e de lá voltarem punidos, mal acostumados com a complacência dos comissários cariocas e o rigor dos paulistas.

O jóquei habitual de Fitz Emilius era o excelente Eduardo Le Mener Filho, um bridão de especialíssimas qualidades técnicas e morais, na verdade um dos melhores jóqueis que vi montar em minha vida. O único eventual forte competidor seria o tal Orff, cujo jóquei era o ótimo José Machado, que muito aprendera com o espetacular chileno Oswaldo Ulloa, que na opinião do lendário Luiz Rigoni foi o melhor chileno que já viera para o Brasil. José Machado era pequeno, tinha boa cabeça, praticamente sumia atrás do pescoço dos cavalos, e tinha uma “tocada” firme. Le Mener e Machadinho corriam limpo.

Uma hora e meia antes do primeiro páreo, chegaram para almoçar, o Presidente da Comissão de Corridas e oito dos nove comissários (um estava de viagem pelo exterior).  E certamente, além dos três comissários de plantão, todos os demais tinham o direito de participar, de julgar, e naquele dia compareceram os três e mais cinco (todos, menos o viajante). Naturalmente o assunto principal era Fitz Emilius, e a sua provável tríplice coroa, e o comissário mais entusiasmado era o criador do Haras São Lázaro, e foi naquele almoço fraterno e descontraído que o tal criador alegremente disse que naturalmente não poderia participar dos julgamentos daquela tarde, ia para a varanda da social ver mais de perto aquela vitória consagradora, e em meio a brincadeiras e risos, lá foi ele para a tribuna. Assim, ficaram no 4º andar da Comissão o Presidente e sete comissários. O Presidente declarou que havendo número ímpar de comissários votantes, ele não teria de eventualmente usar do seu direito de voto desempatador, todos os julgamentos daquela tarde ficariam por conta dos sete comissários.

O Grande Prêmio foi disputado como previsto, o grande favorito correu colocado como de hábito para se apresentar na reta final, e quando ela chegou, Fitz Emilius avançou pelo lado interno da reta e tomou a ponta, aparentemente decidindo a corrida. Mas Orff foi levado para a cerca externa, e com o piso mais firme, mais favorável, assumiu francamente a liderança e livrou uma boa vantagem. O que se viu foi Fitz Emilius exigido ao máximo por Eduardo Le Mener Filho mas não rendendo o suficiente para diminuir a diferença para Orff, que José Machado o mantinha com boa vantagem pela raia melhor. De repente, uma surpresa. Orff começou a se desviar para dentro, não mantendo uma linha reta mas desviando–se em diagonal, com isso aumentando o seu percurso, saindo do piso melhor para o “pântano” do meio da pista, e com isso diminuindo a sua boa vantagem. O disco estava chegando a diferença diminuindo, e faltando menos de 100 metros todos perceberam que os dois cavalos iriam se chocar, pouco antes, no disco ou pouco depois.

E aconteceu que Fitz Emilius, sempre junto à cerca interna, foi abalroado faltando uns 10 metros por Orff, que ainda mantinha cerca de ¾ de corpo de vantagem. Houve o choque e logo depois passaram pelo disco. Imediatamente os comissários começaram a trocar impressões sobre o incidente, enquanto aguardavam a revelação do incipiente filme que havia na época. As opiniões se dividiam, uns achando que o choque ocorrera com o páreo já decidido a favor de Orff, outros entendiam que impunha–se uma desclassificação. Quando veio o filme, com a sala às escuras, os comissários tiveram oportunidade suficiente para firmar as suas opiniões. O Presidente então deu início à votação, que ocorreu de forma emocionante. Confirmar 1 X 0, desclassificar 1 X 1, confirmar 2 X 1, desclassificar 2 X 2, confirmar 3 X 2, desclassificar 3 X 3. E só, não houve naquele momento o sétimo e decisivo voto. Luzes acesas, o Presidente verificou que o comissário José (Zeca) Luiz Bianchi não estava presente, e foi informado por um funcionário que logo após os animais terem cruzado o disco o Zeca havia saído correndo para pegar o elevador, ele tinha ido ver os animais de perto. Pelo telefone interno, Zeca Bianchi foi cercado e com instrução de voltar com urgência ao 4º andar. Enquanto ele não chegava, o Presidente solicitou que ninguém se manifestasse a respeito da corrida e da votação que estava 3 X 3. Quando José Luiz Bianchi voltou, o Presidente disse a ele que a votação ia começar, e ele daria o primeiro voto. O Zeca disse que não precisava ver o filme, já tinha opinião formada, mas o Presidente mandou apagar as luzes e passar o filme por mais duas vezes, todos em completo silêncio. E o Zeca disse que o filme só viera confirmar o seu entendimento, e votou pela confirmação do páreo. Aí o Presidente esclareceu que estava encerrada a votação, o páreo estava confirmado por 4 votos contra 3.

No dia seguinte, na corrida noturna de segunda–feira, procurei o Le Mener, que montara e ganhara para mim muitas vezes, disse que o resultado do tal páreo já estava decidido, que eu votara pela confirmação, mas que eu queria saber a opinião dele, que veio no sentido de que a confirmação havia sido justa, se o Orff não tivesse atravessado toda a pista e seguido em linha reta teria vencido com boa folga, e que o bom Fitz Emilius, naquela tarde, havia corrido menos que o habitual, tivera que ser solicitado durante todo o percurso para acompanhar de perto, e a sua reta final não tinha sido brilhante. O resultado com a vitória de Orff tinha sido justo.

Depois disso, dois detalhes significativos. Um foi a tristeza geral dos comissários, por não terem podido contemplar o amigo e comissário criador de Fitz Emilius com uma tríplice coroa, e o outro foi a inadequada suspensão por 90 dias (três meses) ao jóquei José Machado, apesar dos esforços para manter Orff em linha reta e a constatação veterinária de que o vencedor chegara sentido, e o desvio na reta final se dera em função de dor, de manqueira. Mas o Presidente não quis saber apesar de ser um ótimo conhecedor de corridas, sobrepôs a todos a sua manifesta má vontade com os profissionais da Gávea, e injusta e ditatorialmente manteve a suspensão a José Machado por 90 dias.



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