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Floreando, por Milton Lodi 10/02/2011 - 16h25min
Resultados e Comissários
Entre os muitos resultados de páreos que podem ser classificados como surpreendentes e ou insólitos e ou diferentes, alguns deles já contei. Mas é um assunto pelo menos curioso, e não há porque não relembrar.
O mais extraordinário deles pode até não ser verídico, eu não assisti, mas foi mais de uma vez publicado. Em um prado menor, com apenas três corredores, cruzaram o disco final pela ordem, digamos, A, B e C. Logo que os animais voltaram da pista, o jóquei do C disse que havia sido muito prejudicado pelo B, e que solicitava uma desclassificação. A Comissão de Corridas de imediato concordou, com o deslize havido flagrante, anunciou o resultado como A, C e B. Mas na repesagem, a balança acusou peso a menos para o A, e ele foi desclassificado para último, sem direito a qualquer prêmio. O resultado passou a ser B, C e A. Assim foi confirmado o páreo, na ordem C, B e A. E assim foram pagas as apostas. Mas uma semana depois o controle anti–dopagem encontroou substâncias proibidas no material colhido do então vencedor C, e ele foi desclassificado para último lugar, sem direito a qualquer prêmio. Assim o páreo teve como primeiro resultado A, B, C, o segundo como A, C, B, o terceiro C, B, A, e o quarto e final resultado B em primeiro, A e C empatados em último lugar. Se é que isso ocorreu, é fantástico.
Outro caso curioso aconteceu em Cidade Jardim, quando o favorito Karatê atropelou entre os dois animais que vinham na frente. Faltando uns 200 metros, o de dentro saiu para fora e o de fora correu para dentro, dando violenta fechada em Karatê, que logo após o sério prejuízo arrancou por fora chegando ainda em segundo a pequena diferença. Logo na volta à repesagem, o jóquei de Karatê pediu a desclassificação diretamente ao comissário de plantão que ali aguardava o retorno dos jóqueis para conferir a repesagem. Ele mandou que o tal jóquei fosse ser repesado, o jóquei insistiu na desclassificação, mas o comissário, de nome Constantino Pereira Rodrigues, disse que já havia entendido e que o jóquei fosse logo repesar. Repesagem dada como boa, o balanceiro fez sinal para a comissão, que imediatamente apertou um botão informando que estava tudo em ordem, e a comissão tocou uma sirene confirmando o resultado da pista. Aí, o comissário chamou o jóquei e solicitou que ele fizesse a sua reclamação e, é claro recebeu como resposta "agora não adianta mais, o Sr. já confirmou o páreo". Esses absurdos são comuns, pois gente que não paga trato, que não tem nem nunca teve um cavalo de corridas, são indevidamente colocadas para julgar corridas, para julgar aqueles que são do ramo.
No primeiro caso citado os comissários agiram corretamente, mostraram que conheciam o Código Nacional de Corridas, e o aplicaram com sabedoria.
No segundo caso, a falta de conhecimentos e a também falta de bom senso e humildade em recusar um cargo para o qual não estava preparado, fizeram o tal Dr. Constantino uma figura folclórica, patética, ridícula, passando a encarnar um comissário de corridas inadequado, que com suas desastradas decisões põe em risco até a seriedade das corridas.

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