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Floreando, por Milton Lodi 27/01/2011 - 12h15min
Tarumã e Cristal – Calendários
Em meados de dezembro de 2010, os Jockeys Clubs do Paraná e do Rio Grande do Sul deram publicidade pela internet aos seus calendários nobres para 2011.
O Jockey Club do Paraná já vem de algum tempo se enquadrando nas normas vigentes ditadas pela Associação Brasileira e seguindo a linha veterinária do Jockey Club Brasileiro. As normas determinam a dotação mínima admitida para Grandes Prêmios de G.1 o valor para o proprietário do vencedor de 5 vezes o maior prêmio de prova eliminatória no país, que no momento é 7.260 reais na Gávea, para provas de G.2 pelo menos 4 vezes, para G.3 3 vezes, e para as Listadas pelo menos 2 vezes, mas tendo como índice o maior prêmio comum local de premiação. Dentro das regras inclusive com respeito à proibição de medicamentos para correr nas provas dos três grupos e também nas provas listadas, o calendário nobre paranaense compõe–se de 82 provas, a saber em ordem crescente de importância: 15 prêmios (sem “chamada” própria, devendo assim serem nominadas em provas da programação comum), 7 taças (com regulamentos próprios), 50 provas especiais, grande prêmio regional, 7 clássicos (Listados), 1 Grupo 3 (o Derby Paranaense, em 2.200m) e 1 Grupo 1 (o GP Paraná, em 2.000m). É uma programação financeiramente equilibrada, sendo de se notar por meros exemplos que as duas iniciais provas da tríplice coroa Paranaense são clássicos, que o jornalista altamente gabaritado Raphael Munhoz da Rocha foi homenageado como titular de uma prova especial, honraria mais do que merecida.
Já o Jockey Club do Rio Grande do Sul promoverá 78 provas nobres intituladas clássicos, grandes prêmios regionais, grandes prêmios Listados, grandes prêmios de G.3 e grande prêmio de G.1. São 63 clássicos regionais, 6 grandes prêmios regionais, 6 grandes prêmios Listados, 2 grandes prêmios de Grupo 3, e 1 grande prêmio de Grupo 1. Há detalhes a serem lembrados. As três provas da tríplice coroa Gaúcha não são nem Listadas, sendo que o Derby continua em 2.400 metros assim como o Bento Gonçalves. O Protetora manteve–se nos tradicionais 2.200m. O clássico que homenageia o grande criador Antônio Joaquim Peixoto de Castro Júnior, que foi corrido em 2010 constando no programa oficial como A. J. Peixoto de Castro (?), para a temporada de 2011 figura como J.A. Peixoto de Castro (?), da mesma forma que ocorreu quando da publicação do calendário de 2010. O jóquei Antônio Ricardo mereceu um clássico regional. O homenageado ex–presidente Olinto Borda Streb tem o segundo nome trocado para Borba (?).
Os enfoques, ou as linhas técnicas das programações nobres do Tarumã e do Cristal são diferentes, o Paraná reconhecendo a importância dos enquadramentos nos ditames nacionais e também dos internacionais dentro do possível, o Rio Grande do Sul mantendo a sua tradicional linha local, e chegando para isso a ter que “inventar” grandes prêmios Listados. Os dirigentes dos dois clubes devem saber o que fazem, conhecem as características locais, não se pode nem deve criticar de longe e sem saber de detalhes. Quem está “de fora” pode até não entender porque o Tarumã não se lembrou de Luiz Rigoni e o Cristal de João Chaves Barcelos, Mário Difini e Mário Luiz Mazeron, porque dois clubes importantes e da segunda faixa não se utilizam da mesma forma de nomenclatura, o que em um é “prova especial” no outro é chamado de “clássico” (naturalmente regional), e assim por diante. Mas o total respeito às determinações da Associação Brasileira, quanto a medicamentos e dotações, já é muito importante.
Nos turfes do Rio e de São Paulo, naturalmente regras são respeitadas, e o Paraná vem seguindo o mesmo caminho. A maior parte de sua programação nobre é constituída por “provas especiais”, não abusando de terminologia normalmente atribuídas a provas Listadas, os chamados Clássicos da Gávea e de Cidade Jardim, um respeito que o Cristal não levou em conta preferindo manter a nomenclatura local de muitos anos. Há coisas curiosas como “Grande Prêmio” sem ser de grupo, Grande Prêmio como prova Listada etc. Mas isso é cabível na ótica dos dirigentes do Paraná e do Rio Grande do Sul, que vivem os turfes locais e devem saber mais do que ninguém as conveniências locais.
O que no momento mais importa é a publicidade dada aos Calendários nobres do Jockey Club do Paraná e do Jockey Club do Rio Grande do Sul, em meados de dezembro de 2010, antes do início da temporada de 2011.

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