Colunista:
Floreando, por Milton Lodi 13/01/2011 - 11h44min
Leilões, eleições, dotações
Nos primeiros quatro meses de 2011, o turfe brasileiro estará em fase de ebulição. Teremos o leilão virtual de animais de um dos mais importantes studs do país, o Alvarenga, um stud muito ganhador com mais de cem animais em pistas e haras, na verdade uma pena. Várias versões quanto a motivos circularam dando conta que não é um problema de fundo financeiro além do que o stud mantém uma receita compatível com as despesas, mas por outro lado a palavra do presidente do JCB no sentido de que o turfe carioca está doente e em fase terminal, teria sido o fator determinante. Essa mania de dizer que o turfe dá prejuízo e negar a existência da monumental sede social e da luxuosa sede campestre, frutos da atividade das corridas. Um competente contador realocaria receitas e despesas, traria a verdade à tona. Mas o que importa é a saída pelo menos parcial de um importantíssimo stud.
Mais três grandes leilões estão marcados para Bagé, dois na Associação Rural de Bagé nos dias 1º e 2 de abril e outro no Haras Bagé do Sul em 15 de abril, esse exclusivamente com animais dos Haras Santa Maria de Araras e do Haras Doce Vale. E, em 12 de março, em São Paulo, será a vez do Haras Cifra liquidar.
Além dos cinco leilões citados, no mês de março em São Paulo e em abril no Paraná acontecerão as eleições das novas diretorias. Em São Paulo, o clube mantém–se dividido já há algum tempo, tendo a atual diretoria perdido muito espaço para a oposição, que apresentará um fortíssimo candidato, criador e proprietário e que aparentemente contará com o apoio de muitos bons nomes. No Paraná, como de hábito, as eleições são muito disputadas, e embora aparentemente a atual diretoria esteja bem cumprindo as suas metas, há descontentamentos, e a chapa de oposição aparece liderada por um dos melhores e mais ilustres criadores, nome de muito peso nos turfes paranaense e brasileiro.
Com a desobediência do Jockey Club de São Paulo em acatar a determinação da Associação Brasileira no tocante às premiações das provas nobres, as atenções dos turfistas voltaram–se para as propostas financeiras dos dois principais clubes promotores de corridas do país. Com a desobediência, acentuaram–se as diferenças entre os dois clubes. A seguir, dados comparativos, pela ordem “qualidade da prova”, “oferta do JCB”, “oferta do JCSP”, e “diferença percentual a favor do JCB”.
Como se vê por essa simples comparação, o JCSP paga menos prêmios que o JCB em todas as qualidades dos páreos, não que em Cidade Jardim animais com 6 e mais anos (aqueles que fazem um programa semanal da Gávea, que dá 4 programas contra apenas 3 de Cidade Jardim), e não propõe páreos de Handicap, tipo de páreo normal e habitual nos turfes do mundo inteiro, utilizados como páreos preparatórios para os cavalos melhores e confrontos entre corredores de potenciais diferentes teoricamente nivelados por desigual distribuição de pesos. Nos páreos comuns eliminatórias, à exceção dos Produtos de 2 anos, separadamente os de 3, 4, 5 anos de idade tem um acréscimo na premiação em função de não serem perdedores, prática essa copiada de turfes de outros países. Seria muito melhor para todos que o JCSP seguisse as determinações financeiras da ABCPCC, desse oportunidade também para os animais mais velhos possibilitando mais páreos para a sua combalida programação de corridas.
O Jockey Club de São Paulo, antes de se comportar como um clube elitista e copiar práticas estrangeiras, poderia e/ou deveria olhar para aumentar o contingente de animais disponíveis para correr.
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