Colunista:
Floreando, por Milton Lodi 06/01/2011 - 15h19min
Detalhes na reprodução
Nem sempre os criadores acompanham os ditames da Mãe Natureza, procurando atalhos para satisfazer os seus próprios interesses. Normalmente as éguas não cheias entram no cio nos meses da primavera e nos do verão, mas é costume "processar" a égua no sentido de que ela seja coberta na segunda semana de agosto entre os dias 10 e 15, na segunda semana de agosto, quando a temperatura ambiente esta mais baixa, com isso procurando que o produto venha a nascer o mais próximo possível de 1º de julho, época da troca geral de idades. No Brasil, em decorrência de sua grande extensão territorial, há ambientes diferentes em função de climas diferentes, chuvas, temperatura, etc. Em São Paulo, por exemplo, o inverno é frio e não chove, e no verão há calor e chuvas, isso naturalmente refletindo nas pastagens. No Rio Grande do Sul é diferente, no inverno o frio é muito intenso e chuvoso, e no verão o calor também é intenso mas não chove. Os criadores de cada lugar sabem como proceder, mas de um modo geral há uma preocupação no sentido dos nascimentos no mês de julho, tendo em vista a possibilidade de antecipar a estréia nas pistas.
Um dos recursos habitualmente utilizados para facilitar a vida do cio das éguas virgens e ou vazias é, a partir do mês de maio, fazer a égua passar as noites em boxes super–iluminados, com muitas lâmpadas não só para aquecer como também para fugir no natural frio das madrugadas e dar um cunho da proximidade da primavera e do verão, época dos cios normais. Esse expediente funciona bem, e é utilizado pelo mundo afora, tendo se iniciado no Japão como resultado de experiências. É um cio provocado, que vem antes da época normal mais que apresenta bons resultados.
O outro tipo de pratica é cobrir a égua recém–parida logo no primeiro cio, o chamado "cio do potro", que normalmente vem antes do décimo dia de parição. Mas esse costume esta sendo deixado de lado, os criadores estão preferindo cobrir no segundo cio, dando mais tempo para a égua se "limpar" e um mês de recuperação. Os criadores agem naturalmente de acordo com as situações que a natureza se lhes oferece.
Outra pratica usual é o desmame após 6 meses. Estive uma vez em Lexington, Estado de Kentucky, e em visita a um hospital especializado em cuidar de potros nascidos vivos mais com períodos menores de gestação, e lá o veterinário–chefe, por sinal uma doutora de altíssimo padrão, disse que de um modo geral os criadores davam esses potros para o hospital por entenderem de não gastar dinheiro com animais problemáticos, e o hospital fazia praticas experimentais, toda sorte de experiências, e uma delas mostrara que após o quinto mês de amamentação, o leite da égua praticamente não tinha mais valor nutritivo, era quase que só água, e que a interrupção de amamentação após o quinto mês dava a égua mais um mês de melhor recuperação, e o potro, que apartir do terceiro mês de vida começaria a também comer uma pequena ração, começar com 3 litros diários com 3 meses, 4 litros com 4 meses, 5 com 5, e a partir daí tantos litros diários de acordo com os meses de idade, até o 12º mês, e os 12 litros aí permaneciam. Muitos daqueles potros prematuros morriam apesar da alta técnica disponível, mas os que eram salvos davam margem a conhecimentos que beneficiaram os casos posteriores. Eu não sou veterinário, não entendo disso, mas apartir daquele dia os potros do Ipiranga passaram a ser desmamados após completarem 5 meses de idade, e não posso reclamar do resultado.
Pretendo voltar ao assunto.
[ Escolher outro colunista ]
|